A quarentena e a busca por conforto na comida

 

Ainda não se usa muito por aqui, mas a Comfort Food é aquela comida que estimula boas memórias e nos remete a um tempo ou lugar especiais. Apesar de vermos a tradução como comida afetiva ou comida do coração, talvez a tradução mais próxima no Brasil seja a comida de vó.

O sabor simples e delicioso cria uma nostalgia alimentar quando um simples brigadeiro de panela ou uma banana na frigideira com canela parecia, e era, a melhor coisa do mundo.

Muito já se falou dos diversos impactos da recente pandemia nos hábitos de consumo, principalmente na migração para e-commerce e a briga entre os aplicativos de entrega.

Mas um outro fenômeno parece ter acontecido também relacionado ao que as pessoas estão comendo.

A quarentena, ansiedade pelas mudanças e incertezas sobre nosso futuro despertou o desejo das pessoas por uma comida mais reconfortante, a Comfort Food.

E é um fenômeno mundial.

Matéria do The Wall Street Journal em abril já comentava sobre uma reversão da tendência de crescimento nas vendas de comidas mais leves em favor de marcas conhecidas das grandes empresas. Por lá, pizza congelada, mac’n’cheese entre outras ressurgiram na preferência do consumidor.

Mais recentemente este mesmo movimento está sendo percebido por aqui. Segundo matéria do Valor Econômico, a indústria nacional de alimentos apontou crescimento nas vendas de insumos para o preparo de pães e doces, além da venda de sopas, massas, biscoitos terem crescido acima da média dos demais alimentos no período da pandemia.

Além de despertar o desejo, ou necessidade, dos consumidores cozinharem em casa, a quarentena levou a busca por alimentos que tragam prazer, além de conveniência.

E nada melhor para exemplificar a preferência atual pela comfort food do que o anúncio da Nestlé de um turno extra de trabalho e aumento da produção do Leite Moça.

Na Cook it também percebemos os reflexos desta mudança. Nosso carro-chefe sempre foram os risotos, mas desde março vimos aumentar muito a procura pelas panquecas doces que se tornaram campeãs de venda.

Mais de cem dias de quarentena é muito tempo, além do custo alto, para depender apenas de delivery. Há também uma percepção de que o confinamento despertou a importância do convívio familiar, talvez um pouco perdido com a correria do dia-a-dia.

Como disse um dos executivos citados na matéria do Valor, “A pandemia gerou a valorização do essencial e a cozinha faz parte disso, porque proporciona momentos importantes de interação com a família”.

Nada está mais alinhado com o que acreditamos, e o motivo pelo qual criamos a Cook it.

Agora que começamos a flexibilizar a quarentena será interessante observar se estes novos hábitos irão permanecer. A executiva da Nielsen, Fernanda Vilhena, aposta que “os consumidores… vão continuar cozinhando em casa, porque se tornou um hábito prazeroso”.

Nós da Cook it torcemos por isso. E queremos te ajudar a ver que Cozinhar Nunca Foi Tão Fácil.

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